Prometido para o ano passado e reprometido para este ano de 2018, o Canal Norte do Projeto São Francisco de Integração de Bacias corre sério risco de só ficar pronto em 2019. Eu posso informar, agora, que o consórcio que executa as obras de construção do Canal Norte – integrado pelas empresas Emsa e Siton – não tem capacidade financeira para cumprir o cronograma contratado com o Ministério da Integração Nacional, que é o dono do projeto.
Na última sexta-feira, dia 16, na frente de obras do consórcio em Salgueiro, no sertão pernambucano, os operários que trabalham na construção do Eixo Norte paralisaram suas atividades, protestando contra o atraso do pagamento dos seus salários. Mas esse não foi o único protesto: as empresas que fornecem caminhões, equipamentos e materiais necessários ao serviço também denunciaram que estão com pagamentos atrasados. Todas as obras do Canal Norte estão atrasadas.
Uma fonte que acompanha o Projeto São Francisco revelou ao blog que há um enorme descompasso entre o cronograma financeiro previsto e o efetivamente realizado. O consórcio só faturou 14% do que deveria ter faturado, segundo o contrato celebrado com o Ministério da Integração.
Se esse descompasso persistir – mantendo o ritmo das obras na velocidade da tartaruga – o Canal Norte, que trará para o Ceará e o Rio Grande do Norte as águas do rio São Francisco, só estará concluído dentro de um ano, e assim mesmo se o futuro presidente da República, a ser eleito em outubro deste ano, considerar prioritário esse projeto.
Uma fonte do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Ceará revelou a este blog que o Ministério da Integração Nacional tem como resolver o problema da inapetência do consórcio Emsa-Siton: basta romper o contrato e convocar para executar a obra a empresa segunda colocada na licitação, a Construtora Ferreira Guedes, de São Paulo. É a mesma que hoje executa obras de infraestrutura para a Prefeitura de Fortaleza, entre as quais o viaduto sobre a Avenida Aguanambi, na junção com a BR-116.
Fonte: Egídio Serpa